Perguntas Frequentes

O que é hipnose?

Como vários fenómenos psicológicos, a hipnose é definida de acordo com a experiência subjetiva e o relato dos participantes e pela fenomenologia que acompanha o estado hipnótico. Existindo inúmeras variações, a American Psychology Association definiu hipnose como “um estado de consciência que envolve atenção focada e uma redução da perceção do meio envolvente caracterizado por um aumento da capacidade de resposta a sugestões.” Definiu ainda hipnoterapia como “utilização de hipnose no tratamento de uma desordem ou problema médico ou psicológico”.

Porque é que a Hipnose Clínica ou Hipnoterapia pode ajudar?

Partindo de um ponto de vista biopsicossocial, todas as doenças ou condições possuem múltiplas variáveis que afetam a qualidade de vida do paciente. Neste sentido, a hipnoterapia pode ser utilizada no tratamento de qualquer condição na qual os pacientes beneficiem de um estado de maior adaptabilidade.

Um dos passos mais importantes para alcançar a mudança pretendida ou objectivos é a alteração do mindset. Este termo pode ser definido como a linha de raciocínio que direciona a vida das pessoas. Ou seja, desta alteração na forma de pensar podem advir resultados surpreendentes.

Além desta estratégia, existem diversas ferramentas mais específicas para cada caso.

Em psicoterapia, a aplicação das técnicas hipnoterapêuticas apresenta um considerável número de benefícios, nomeadamente o de aceder e mobilizar recursos pessoais; o de proporcionar uma melhor capacidade de gestão de situações e de resolução de problemas ao facilitar o uso de determinadas capacidades cognitivas, comportamentais, emocionais e de relacionamento; o de criar associações e dissociações que possibilitam uma maior conexão ou distanciamento relativamente a elementos específicos de experiências pessoais; e, finalmente, o de aliviar sintomas psicossomáticos.

Existem evidência científicas que suportem a Hipnose Clínica?

Sim. Em 1958, a American Medical Association certificou esta terapia complementar como uma ferramenta clínica legítima. Existem numerosos artigos científicos sobre o tema, que têm conduzido a um aumento de evidências acerca da utilidade e eficácia da Hipnose Clínica.

Em que consiste uma sessão de Hipnose Clínica?

Tendo em conta a necessidade de adequação a cada indivíduo e caso, de uma forma geral, a sessão pode ser dividida num diálogo pré-hipnose (com estabelecimento de objetivos), na indução (em que o paciente é ajudado a atingir um estado de maior foco interior), no trabalho terapêutico, no despertar (reorientação para o meio envolvente) e no diálogo pós-hipnose.

O que é a hipnose de palco?

É uma forma de espetáculo com base em técnicas hipnótica, mas na verdade, transmite uma ideia errada da realidade. Baseia-se não só na exploração da imaginação dos participantes, mas acima de tudo num efeito de pressão psicológica em indivíduos com determinadas características e pré-dispostos para a exibição. Ou seja, não existe supressão da força de vontade individual nem perda de consciência e o “hipnotizador” tem sempre o cuidado de fazer sugestões que não choquem contra os valores morais dos “hipnotizados”, caso contrário ele não seria obedecido.

Existe alguma semelhança entre Hipnose Clínica e hipnose de palco?

A primeira fase de uma sessão de hipnose denomina-se indução, em que o profissional guia ou ajuda o paciente a atingir o denominado estado de hipnose (por este motivo, vários dos voluntários iniciais do espetáculo são rejeitados). É um processo interativo que requere a vontade do paciente de entrar em hipnose. Em casos muito particulares, especialmente na área médica e havendo necessidade de controlo de tempo, poderão ser utilizadas técnicas de indução semelhantes às observadas nos espetáculos. Essa será a única semelhança. De resto, uma típica sessão de Hipnose Clínica é completamente diferente de qualquer ato de hipnose de palco.

O que se sente numa sessão de Hipnose Clínica?

Cada experiência é única e depende dos indivíduos e dos objetivos traçados, mas relatos comuns são:

  • Uma sensação de grande relaxamento;
  • Uma sensação de claridade de pensamento relativamente a determinados aspetos da vida;
  • Sensações de peso ou leveza;
  • Sensação de uma desaceleração temporal;
  • Sensação de maior auto-controlo e  aparecimento de mais opções.

É uma técnica segura?

Não se pode ficar “preso em hipnose” e no fim a pessoa vai recordar-se de tudo o que achar importante. Além disso, pode-se efetuar uma gravação para ser ouvida posteriormente as vezes desejadas. Não existe perda de vontade, ou seja a pessoa não perde a capacidade de dizer não e apenas relata o que achar adequado.

Tal como outros atos na área de saúde, desde que efetuado por um profissional qualificado e com conhecimento clínico e técnico é um processo completamente seguro.

O que é Programação Neurolinguística?

“A PNL é um modelo de comunicação interpessoal,  primariamente focado na relação entre padrões eficazes de comportamento e experiências subjectivas (especialmente padrões de pensamento). É ainda, um sistema de terapia complementar baseado no conceito anterior, que busca educar as pessoas na auto-consciência e comunicação efectiva e modificar os seus padrões de comportamento emocional e mental” (Richard Bandler, co-fundador da PNL).

Simplificando, a PNL foca-se na forma como o cérebro capta informações através dos sentidos e de como estrutura, processa e regista essas informações, formando e mantendo, a partir desses registos, padrões de pensamentos, padrões emocionais, padrões comportamentais e padrões de comunicação, que vamos manifestando de forma consciente ou inconsciente no nosso dia-a-dia.

A PNL tem-se destacado nos métodos de comunicação e de desenvolvimento humano, sendo utilizada em áreas distintas, tais como: desporto, saúde, psicologia, gestão, desenvolvimento pessoal, liderança, vendas, formação, ensino, marketing, comunicação e arte, entre outras.

O que é Mindfulness?

Mindfulness pode ser definido como prestar atenção, ter consciência do momento presente de uma forma sistemática, sem julgamento.

“Várias disciplinas e práticas podem cultivar mindfulness, como yoga, tai chi e qigong. A maioria da literatura tem-se focado no mindfulness que é desenvolvido através de meditação – práticas de auto-regulação que se focam no treino de atenção e consciêncialização de forma a aumentar o auto-controlo sobre processos mentais.  Desta forma, pode-se fomentar um estado geral de bem estar mental e desenvolver capacidades específicas como calma, claridade e concentração” (Walsh & Shapiro, 2006).

As pesquisas indicam que a mindful meditation promove uma consciencialização metacognitiva (um aumento na forma como se adquire conhecimento e como se resolve problemas). Além disso,  diminui a ruminação  (o fluxo recorrente de pensamentos não positivos) através da separação de actividades cognitivas  e aumenta capacidades de atenção através de uma melhoria na memória de trabalho. Estas melhorias cognitivos, por sua vez, contribuem para estratégias de regulação emocional.